Que tipo de evangelho você quer ouvir?

 

31. A quem compararei os homens desta geração? Com quem se assemelham?
32. São semelhantes a meninos que, sentados na praça, falam uns com os outros, dizendo: Tocamos a flauta e não dançastes; entoamos lamentações e não chorastes.
33. Pois veio João Batista, que nem comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Ele está possuído do demônio.
34. Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: Eis um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e libertinos. (Lucas 7.31-34)

No texto em referência acima, Jesus faz uma vez mais o uso de uma figura de linguagem para destacar, pelo menos, dois tipos de ouvintes de Suas Verdades eternas.

 

O primeiro, com as musicas e danças, diz respeito ao anúncio do Evangelho numa perspectiva alegre, de satisfação, gozo, regozijo de alma, exatamente de acordo com as prédicas do Mestre Jesus.

O segundo, na ótica de uma lamentação, fala exatamente da mensagem mais ácida e radical trazida por João.

Entenda, seja a compreensão e absorção do Evangelho alegre ou amarga ele sempre será o Evangelho. O mesmo sol que endurece o barro amolece a cera.

O problema não está, absolutamente, no Evangelho, mas sim naquele que o recebe, ou não.

Jesus se vale desta figura linguística para destacar estes dois auditórios de então que, ainda hoje, estão entre nós.

Alguns ouvem a Palavra da Verdade que lhe é transmitida na suavidade de uma melodia, harmoniosa, tocante, penetrante; daquele tipo que nos faz chorar, nos tirar do lugar comum e tomarmos uma nova postura diante da vontade do Senhor. Resultado, continuamos na mesma, e tão descarados somos que, como Saul, somente a utilizamos quando chegamos no limite de nossas perversões ou “possessões”. A aplicamos como um paliativo apenas para anestesiar nosso remorso. Remorso este que nunca se transforma em arrependimento. São os ouvintes e pregadores do Evangelho “Light”, do tipo: “venha como estás e permaneça para sempre imutável”. Fazem o mau uso das Verdades do Evangelho de Jesus que nos leva à liberdade e permanecem na libertinagem da carne.

Por outro lado o outro auditório é formado por aqueles que gostam de lamentações, do Evangelho duro, amargo, restritivo, proibitivo, opressivo, manipulável e ácido. Se satisfazem em aparentar  santidade farisaica excessiva. Se gloriam em ostentar suas burcas, faces sisudas, ascetismo (aqueles que praticam um estilo de vida austero), proibições infundadas e terrorismos psicológicos. Mal sabem que quanto maior o grau de “santificação farisaica” maior é o surto, mais aberrante e mais animalesco.

Jesus subliminarmente está perguntando :

“ – João vos ensinou com uma abordagem mais contundente, dramática e não creram em sua mensagem; agora venho Eu, o Filho de Deus, com uma perspectiva mais tocante, de amor, de restauração, de resgate, e vocês também não creem em Mim. Afinal de contas o que é que vocês estão querendo?”

O Evangelho de Jesus é um só;  se será doce ou amargo, bem, isso vai depender de como estivermos quando ouvirmos.

Que o Senhor nos abençoe.